Manter conversas amistosas é sempre agradável, porém fazer isso em festas, celebrações ou em outros encontros em que haja muitas pessoas e barulhos, pode ser um desafio complicado. É comum que nesses ambientes ruidosos as falas fiquem abafadas e estabelecer diálogos se torne estressante. Isso exige que tenhamos muita concentração para conseguir focar nossa atenção auditiva nos sons que nos interessam.
Contudo, essas situações podem mais complicadas para mulheres do que para homens. Segundo pesquisadores do Hospital Universitário de Pesquisa da Mente Humana, localizado em Tübingen na Alemanha, os homens possuem mais facilidade para separar sons relevantes de ambientes ruidosos.
A pesquisa encontrou pistas que indicam que a capacidade auditiva espacial dos homens seja bem mais desenvolvida que a das mulheres. Tal diferenciação teria, segundo os pesquisadores, ocorrido devido aos processos evolutivos de ambos os sexos.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores pediram que participantes ouvissem e identificassem a procedência do ruído. No primeiro teste, os sons foram apresentados um de cada vez e tanto os homens quanto as mulheres cumpriram satisfatoriamente a tarefa. No teste seguinte, sons diversos foram apresentados ao mesmo tempo e os participantes tinham que identificar de onde procedia um único som, essa última tarefa foi mais difícil para as mulheres, e em alguns casos as mulheres pensavam que o som vinha de outra direção.
“O homem era quem saía para caçar e, nesse contexto, a atenção era algo extremamente importante. Desse modo, a presa poderia ser localizada através de ruídos antes de ser vista”, afirmam os pesquisadores Ida Zündorf e Hans Otto Karnath.
Outras Diferenças
A diferença observada pelos pesquisadores alemães não é a única entre homens e mulheres. A fonoaudióloga Ana Paula Lopes explica:
“Mulheres tendem a ouvir melhor que homens os sons em frequência mais alta. Por isso, inclusive, há algumas diferenças de comportamento, sobre a atenção a conversas paralelas, por exemplo”.
Além disso, os hormônios femininos protegem a audição, por isso os problemas auditivos são mais frequentes em homens. Essa diferença só se estabiliza após os 50 ou 60 anos, época em que as células auditivas começam a morrer naturalmente.
Segundo pesquisas norte-americanas, o início do declínio auditivo nas mulheres é mais tardio quando comparado aos homens. Por essa razão, Ana Paula Lopes recomenda que, após os 50 anos, todos façam uma visita anual ao otorrinolaringologista.
Outro fator que merece atenção é a taxa de mortalidade maior entre homens com perda auditiva. Uma pesquisa realizada na Islândia mostrou que homens idosos com perda auditiva e com perda visual têm um grande risco de morrer dentro de um período de cinco anos, comparado com as demais pessoas. Contudo, essa taxa diminui drasticamente quando comparados aos homens que utilizam aparelhos auditivos.